domingo, 10 de agosto de 2008

APESAR
Apesar de sonhar até mesmo o impossível
Apesar de sorrir sem ao menos ter motivos
Apesar de cantar para disfarçar o pranto
Continuo a afirmar que a felicidade existe...

Apesar de acreditar e as vezes ser traída
Apesar de gostar e não ser correspondida
Apesar de falar e não ser compreendida
Continuo a acreditar que a amizade existe...

Apesar do sol nem sempre estar presente
Apesar da brisa transformar-se em vento forte
Apesar da chuva muitas vezes ser agressiva
Continuo a admirar o explendor da natureza...

Apesar de conviver com tantas dúvidas
Apesar de me perder nas incertezas
Apesar de viver em eterna busca
Continuo a agradecer o dom da vida!!

sábado, 9 de agosto de 2008

Mordi um rato,
Usava sapato?
Ou era um sapo?
Não sei, virei um trapo!!!
Trago do sonhos o encanto,
Cruzo na vida com o espanto.
Ah! Caralho.
É só um baralho!!!

sábado, 3 de novembro de 2007

Telhados

Quando vi a primeira vez os telhados de cima de um prédio mais alto, foi algo marcante. Lembro perfeitamente da beleza de cada desenho deles. Das cores. Das idades deles. Da disposição deles. Era uma imagem linda, maravilhosa.
As sensações, vindas daquela visão, aos poucos se afastaram do encantamento. Fui empurrada para uma reflexão. Aquela beleza deveria indicar para um pensamento alegre. Mas, não foi assim.
De repente, cada um daqueles telhados gritavam suas vidas. Faziam saltar por eles os problemas, os dramas, as dificuldades, as tristezas, os fracassos, os desamores, as solidões, as alegrias, as vitórias, as riquezas, os projetos, as decisões...As vidas, as gentes, os caminhos. Os não, os sims. Os quês, os porquês. O encontro e o desencontro. O tudo e o nada. As coisas da vida e as vidas vividas, telhado por telhado, que meus olhos alcançavam.
Foi tão marcante, foi tão intensa que a sensação era de que a compreensão da vida, para mim, se inciava ali.
Tão completa, tão nua, tão crua que ainda hoje o telhado é a imagem mais significativa dentre todas para mim.
E.M

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Rumos

Vida, rumos, separações...
Um dia, a qualquer momento, outro rumo tomamos, e sem consultas, quase sempre.
Nem sempre é uma opção, nem sempre uma imposição. Mas, ali estão eles, a nossa espera. E sempre , sempre mesmo, são momentos exigentes e delicados. Quer sejam oportunos, quer não, o fato é que são cruciais.
E é assim que algumas separações são doídas, dramáticas, tristes...E muitos deles me fazem questionar, afinal, porque acontecem. Fazem nascer a saudade. Parece contraditório, mas não é.
A saudade só existe porque alguém ou alguma situação foi marcante, importante. E não tenho em meu conceito de que a saudade seja prazerosa. É, como sempre digo, a manifestação da perda de uma parte da nossa vida. Sim...uma perda. O rumo novo tem como exigência essencial a renúncia daquele antes trilhado.
E, num lamento enorme, fica nele o amigo, o sonho, uma conquista, um reconhecimento, um prazer, um objetivo e tantas outras coisas. E tudo isto assusta ao nos depararmos já no rumo à frente: existirá um novo amigo? Quantos objetivos serão alcançados? Sim, se por eles ou em função deles, que antes de um futuro acenava o rumo passado e, aqui diante do novo, de imediato acenam a certeza da perda, nem sempre o ganho, eis que, naturalmente, um outro rumo virá? Quer por opção...quer por imposição...mas sempre, com certeza, deixando nascer a saudade.
E.M

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Aniversário

Por algum tempo da minha vida, vi meu pai e minha mãe juntos.
Nasci deles. Sou fruto deles.
Eram pessoas simples. Na verdade, não sei bem se a simplicidade que via neles não se devesse, exatamente, pela ausência da simplicidade em mim...não sei bem...
Numa forma simplista e curiosa, me perguntava sempre, ao lhes olhar, e me vendo nascida, se sabiam o que era realmente colocar no mundo um outro ser humano. Se sabiam o quanto como ser humano? O que pretenderam, efetivamente, ao ter um filho? Imaginaram do que seria recheado este ser humano nascido deles? Será que cogitaram que o mundo não era somente, e nem somente ofereceria a este novo ser, apenas aquilo de suas pretensões? Que ser quiseram fazer? Quem e como, ao decorrer da vida, se apresentou para eles este ser humano nascido deles? Qual de seus fracassos, qual de suas virtudes impregnou este ser nascido deles? Ou será que o mundo, ao decorrer da vida, tomou conta deste ser e deles nele nada restou?
Hoje é o dia em que se conta o tempo da minha vida. Vi, por algum tempo, meu pai e minha mãe juntos e perguntei tudo isso ao vê-los. O mundo, no passar da vida, não os deixou juntos para que juntos pudessem saber de seu fruto.
Mas, hoje, contando o tempo, talvez eu queira pensar de outra forma. O mundo, pai e mãe, me rechearam, sim, de outras coisas . Inclusive, da pretensão. Uma pretensão recheada de todos os questionamentos alinhados acima e com possível descaso em relaççao a vocês. Mas, não me roubou sentimentos. E eles se permanecem, exatamente, porque a simplicidade de juntos fazerem nascer um ser, independente de quem pudesse ele vir a ser, é o maior e mais belo presente que me puderam oferecer.
E.M

sábado, 15 de setembro de 2007

Às vezes...

São noites, são dias após as noites e, assim, escorre a vida. E depois daquele dia, depois daquela noite, nada é retomado...absolutamente nada. Porque se foi com eles, a noite e o dia, eles um depois do outro, o que neles vieram, o que neles haviam, o que neles trouxeram...
Às vezes, entristeço. Me dói vê-los ir . Não pela passagem, mas pelo que neles ficaram, permaneceram.
Às vezes queria poder ficar com eles, a noite e o dia, de ontem, do passado.
Apêgo ao tempo, a vida...? Não...saudade do sonho que não se transformou verdade para hoje.
Às vezes, somente às vezes...
E.M