Quando vi a primeira vez os telhados de cima de um prédio mais alto, foi algo marcante. Lembro perfeitamente da beleza de cada desenho deles. Das cores. Das idades deles. Da disposição deles. Era uma imagem linda, maravilhosa.
As sensações, vindas daquela visão, aos poucos se afastaram do encantamento. Fui empurrada para uma reflexão. Aquela beleza deveria indicar para um pensamento alegre. Mas, não foi assim.
De repente, cada um daqueles telhados gritavam suas vidas. Faziam saltar por eles os problemas, os dramas, as dificuldades, as tristezas, os fracassos, os desamores, as solidões, as alegrias, as vitórias, as riquezas, os projetos, as decisões...As vidas, as gentes, os caminhos. Os não, os sims. Os quês, os porquês. O encontro e o desencontro. O tudo e o nada. As coisas da vida e as vidas vividas, telhado por telhado, que meus olhos alcançavam.
Foi tão marcante, foi tão intensa que a sensação era de que a compreensão da vida, para mim, se inciava ali.
Tão completa, tão nua, tão crua que ainda hoje o telhado é a imagem mais significativa dentre todas para mim.
E.M
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